8 de setembro de 2024

se o mundo todo fosse um jardim

dobrasdaleitura | Que bom seria, se o mundo todo fosse um jardim, como O jardim de algodão, proposto por Tino Freitas e Ionit Zilberman (2024), onde nossa família criasse sua própria harmonia, entre infância e velhice, entre cores, perfumes, afetos, memórias e almoços de domingo. Sabemos quanto ainda o jardim do mundo anda hostil, quando necessitamos nos dar a conhecer aos outros, a nossa essência e identidade, através dos sonhos que traduzem desejos, desde o começo da vida, enquanto criança. Algodão é o nome do avô e aqui veremos esta figura masculina como o primeiro alicerce que transforma uma casa em lar, e faz o acolhimento ser, mais importante, mais necessário, um lugar de conforto.
É preciso estar atento à voz em primeira pessoa e seu “desejo de ser mais feliz”. A criança não se identifica em sua narração, usando pronomes ou artigos definidos, nem mesmo os diálogos com os parentes dão um tratamento masculino ou feminino. Por sua vez, a ilustração mostrará esse corpo que deseja ser visto, em um bonito vestido florido... Nas formas de representação, o que denotaria ser menino ou menina? O sorriso ou os cabelos curtos? Mas, além do contexto social para os itinerários de gênero, como a literatura para crianças pode operar com as três autodenominações de infância cis, transgênero e não-binária? Estamos falando de afetos. Efetivamente.
@tinofreitas
@ionit_zilberman
@pallaseditora

#familiaacolhedora
#criancastransexistem
#infanciatrans