* Peter O. Sagae, em agosto
Um singelo apólogo de Índigo, com sua linguagem bem humorada, CASAL VERDE conta com as ilustrações de Mariana Zanetti (Hedra, 2009, 2.ed. Caramelo, 2013) e conta a respeito de mais um desses casos de amor que se passam na calçada das cidades, mas ninguém desconfia do sentimento no ar... Ninguém, não! Sabia muito bem um bem-te-vi chamado Benjamin que Sílvia Pereira, tão pequena e certinha, amava Walter Nogueira, tão espalhafatoso e grandão.
O interessante é que Sílvia Pereira não dá peras, porque é uma fícus de copa redonda, sempre aparada, sem uma folha que o vento possa desalinhar, assim quanto é intrigante o fato de Walter Nogueira não dar nozes, porque é um senhor flamboyant que cresceu a perder de vista rumo ao céu, deixando cair folhas, sementes, flores desordenadamente por cima das pessoas e dos carros.
Tão bem exposto o conflito de um amor (aparentemente) impossível, a narração entra numa tentativa de despistar o leitor sobre o que seria óbvio demais contar. Ora, pois! Todos veremos palavra&imagem e compreenderemos como Benjamin e outros bem-te-vis muito fizeram para levar um pouco de Walter para os galhos de Sílvia. E ela, alegre – toda coberta de flores vermelhas – torna-se alvo da incompreensão e do preconceito fácil de pessoas (realmente) difíceis: o síndico do shopping, o segurança e sua equipe, o paisagista soberbo. Todos esses, aponte bem-te-vendo a resenha, sempre dando ordens para um confuso jardineiro, são verdadeiros jardinheiros!
E o texto vai chegando ao fim previsto desde o começo da história. Um desses casos de amor que se passam na calçada das cidades, obrigado a manter-se no sigilo das aparências para não ofender aos circunstantes, em um apólogo apoplético de Índigo.
Olá Peter.
ResponderExcluirGostei muito de Casal Verde. A maneira como você apresenta o livro é cativante. Já está na minha lista.
Tenho um blog voltado só para literatura infanto/ juvenil.
"Vera e ideias".
Tem sido muito gratificante.
Abraços. Vera Martucci de Amorim.