3 de julho de 2020
joaninha à janela
☆ A JOANINHA, às vezes, tem dessas coisas. Perde-se em labirintos que não têm fim, cavalga nuvens cor de sopro, cor de vento, roça o fundo do mar com uma estrela de papel na mão, fala às flores e chama-as por nomes rendilhados que ninguém conhece, dispõe objectos em cima de uma mesa e ensina-os a representar peças de teatro, caprichosas peças de teatro que ela tece com todos os cordelinhos da imaginação...
— É uma menina extravagante — dizem as pessoas sisudas.
— É uma menina sózinha — dizem as pessoas sensatas. — Que há-de ela fazer senão entreter-se assim, com fantasias e histórias sem pés nem cabeça? ☆
Trecho do conto que dá título a este livro de António Torrado: JOANINHA À JANELA e outras histórias (1980), publicado por Livros Horizonte, com algumas poucas ilustrações de Soares Rocha, pp. 24-25 #FiqueBem #AbreAspas2020
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