11 de fevereiro de 2021

a respeito da música

Do primeiro período da vida literária de Eça de Queiroz, descortina-se um mundo de fantasmagorias que parece apenas povoado de metáforas, ou seja imagens... a alma, o vapor da arte, todo o espiritualismo, é aquela vaga Ofélia que se chama música — e vou sublinhando em vermelho, depois recorto uma inspiração de um escrito seu, publicado em outubro de 1866, na Gazeta de Portugal, e dado em 1903 no livro PROSAS BÁRBARAS:

“A música deve ser a voz de tudo aquilo que ali está silencioso, sem ter a faculdade de se exprimir, e nós termos a possiblidade de o compreender, — a voz das estrelas, das pedras, das nuvens, das flores, de tudo o que, desde as ervas molhadas até às vias-lácteas, fala muito indefinidamente e com vibrações muito sobrenaturais, para que o nosso êxtase as possa escutar.”

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