Tornam-se tênues os limites do conto e da crônica, quando o fio do relato é um rio que se move brevemente do passado, contorna o mundo e retorna à própria casa, em um texto com muita singularidade e sentimentos que permitem o leitor duvidar se lê ficção ou memória, como O LENÇO BRANCO, de Viorel Boldis, na tradução de Eliana Aguiar, com ilustrações em xilogravura de Antonella Toffolo que passam da representação figurativa mais realista à sínteses visuais de sua imaginação gráfica (Pequena Zahar, 2012).
Da casa com paredes de tijolos azul-escuros à aldeia na região de Ardeal, na Romênia, um riacho de águas límpidas passará por evocações às colinas da Transilvânia, os cumes dos Cárpatos, às lembranças lendárias e políticas dos antepassados, com rápidas palavras, e a história familiar do narrador, seu trabalho desde os seis, sete anos, a vida simples, dura e boa, as travessuras, o código do lenço branco, mais tarde, a partida sem despedidas, com jeito de fuga, os sentimentos de orgulho e erro, o retorno, o anseio pelo perdão parental...
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