18 de maio de 2024

dobrasdaleitura | Em meio à catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul, sessenta vozes (59 escritores e a ilustradora Laura Castilhos, na capa) fazem um registro sensível (e obrigatório) sobre a situação que enfrentam. Sob as águas, sobre a esperança, org. Alexandre Brito, Celso Gutfreind e Dilan Camargo (Bestiário, 2024), reúne os diversos modos do fazer narrativo e poético (lírico, épico, dramático e, por que não, gauchesco) para crianças, jovens e adultos — afinal, a ocasião urgente não dividirá pessoas em faixas etárias.

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>> www.bestiario.com.br/sob_as_aguas.pdf
Vários são os timbres e a extensão dos textos também variam, mas nenhum vai além de três páginas. Alguns escritores buscam acolher a infância, observando o chuvaréu “maior que tromba de elefante”; o céu, as nuvens, o rio podem aparecer personificados, por vezes malvados e incompreensíveis, conquanto outros autores dão o testemunho, como recorte de jornal e o alerta rumo ao futuro
“De uma tragédia
Anunciada e não evitada.
Ouço pingos de chuva
Coração acelera”
(Lilian Rocha)
Encontraremos um brevíssimo Luís Dill em um haicai, uma trova de Laís Chaffe, um soneto de José Nedel, uma prece fluida de Gláucia de Souza, um conto de Eleonora Medeiros... Poesia, sempre poesia, que se mescla ao discurso ecologista e político. A memória do hoje. Por uma necessidade de reforçar laços e consciências.
“a palavra
é o que temos
para sermos
sob as águas”
(Celso Gutfreind)
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#dobrasdapoesia

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