reencontrando os mistérios da noiva-animal "Entre as folhas do verde O", a vogal solta em meu nome e no conto de Marina Colasanti, os desejos de UMA IDÉIA TODA AZUL (1979) com a saudade dos oblíquos acentos agudos brilhantes e outras ortografias...
"Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flexa no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flexa, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.
"Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram o ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada.
"Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio.""
🧡 #quemtemquindimtem
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