Assim escreve Gabriel García Márquez: o tênue resplendor de abril iluminou o ambiente meticuloso da sala que mais parecia a vitrine de um antiquário. Um jovem vendedor de sepulturas acaba de entrar na casa de María dos Prazeres que ela mesma o chamou... ela, essa mulata brasileira e esbelta que fez a vida numa secreta Barcelona e, já anciana, gargalhada de granizo, tivera um sonho e dá início a preparar suas despedidas. Meticulosamente como a casa, María organiza a última moradia. Com um passo certo, como cada coisa pertencendo a seu lugar natural...
MARÍA DOS PRAZERES faz parte da coletânea DOZE CONTOS PEREGRINOS (1992) e transformou-se num livro ilustrado por Carme Solé Vendrell (1999), traduzido por Eric Nepomuceno (Record, 2001).
Na memória da personagem, há um horror muito antigo do cemitério de Manaus sob os aguaceiros de outubro, agora quer ser enterrada deitada, em lugar alto e seco... No cemitério do Monte Montijuich, onde, à entrada, estavam os túmulos de três anarquistas, cujas lápides sem nome amanheciam, não tão misteriosamente assim, com nomes escritos a giz, tinta ou batom. Contudo, logo os vigias apagavam os nomes... A trama de María dos Prazeres é um pequeno novelo de amores e um vago temor, ao longo de três anos, sob o regime fascista espanhol, até que um surpreendente acontecimento sobrevém à sua casa tão mergulhada em escuridões.
3 de abril de 2021
2 de abril de 2021
ainda floresce
Já havia resenhado este livro, quase doze anos atrás... O MENINO QUE FLORESCIA, de Jen Wojtowicz e Steve Adams (Edições SM, 2007) conta a história de Vicente Calaveira que mora no alto de uma montanha, lá, bem pra lá de uma floresta de árvores centenárias. Sua família era um estranho clã de exóticos talentos e, na escola, ninguém se dava ao trabalho da mínima conversa com ele... Até que chega Angelina. Todos se assanham a rodeá-la, principalmente às vésperas do baile, mas Angelina del Valle mantém discreta atenção ao menino com seus livros, no canto mais silencioso da sala.
Neste conto de figuras mágicas que parecem saídas do gótico mundo das fadas, sabemos que, em noites de lua cheia, flores crescem pelo corpo de Vicente, no entanto o menino não se importa e sua mãe, delicadamente, podava as flores pela manhã, antes de ir para escola. Com lirismo e humor, a escritora nova-iorquina Jen Wojtowicz celebra o respeito às diferenças e à amizade, a fim de diluir equívocos e mexericos. O ilustrador canadense Steve Adams evoca igualmente motivos populares através de suas tintas acrílicas sobre madeira, dando às imagens uma lenhosa textura, mesclando o romantismo ao expressionismo com toques e ares de Magritte, onde predominam a vibração das cores, uma perspectiva psicológica, afetos de proporções e revelações inesperadas... E qual o talento secreto de Angelina? Depois do baile, você descobrirá!!
Leia a resenha completa feita anteriormente >>
Quando a vida floresce de outro modo
Neste conto de figuras mágicas que parecem saídas do gótico mundo das fadas, sabemos que, em noites de lua cheia, flores crescem pelo corpo de Vicente, no entanto o menino não se importa e sua mãe, delicadamente, podava as flores pela manhã, antes de ir para escola. Com lirismo e humor, a escritora nova-iorquina Jen Wojtowicz celebra o respeito às diferenças e à amizade, a fim de diluir equívocos e mexericos. O ilustrador canadense Steve Adams evoca igualmente motivos populares através de suas tintas acrílicas sobre madeira, dando às imagens uma lenhosa textura, mesclando o romantismo ao expressionismo com toques e ares de Magritte, onde predominam a vibração das cores, uma perspectiva psicológica, afetos de proporções e revelações inesperadas... E qual o talento secreto de Angelina? Depois do baile, você descobrirá!!
Leia a resenha completa feita anteriormente >>
Quando a vida floresce de outro modo
Assinar:
Postagens (Atom)