dobrasdaleitura | Ontem, Maneco Caneco fez passear os livros de Luís Camargo aqui em casa. O personagem, completando já 45 anos, muito me faz pensar em sua permanência afetiva na memória dos leitores, ao mesmo tempo que permite ser reverenciado, citado e refeito inúmeras vezes por quem que deseje desenhá-lo ou montar novas versões com utensílios da cozinha. Como é importante um personagem ter um nome próprio!
As aventuras de Maneco Caneco Chapéu de Funil se dão nos livros Panela de arroz (1980) e Bule de café (1982). Pertencentes originalmente à serie Lagarta Pintada da Editora Ática, os três livros nos trazem ainda a alegria das histórias em lengalenga, com uma estrutura repetitiva e acumulativa que permite o encaixe de outros brinquedos falados: rimas populares, adivinhas tradicionais e outras inventadas pelo autor-ilustrador. Em 2007, a trilogia passou a estruturar-se como uma coleção e foi acrescida da história Folia de feijão (com ilustrações de Roberto Weigard).
Pintados a lápis de cor, os desenhos revelam a textura do papel vergê. Ora, vemos linhas pontilhadas formando figuras ou palavras; as onomatopeias andam soltas pelas páginas e há a intrusão de linguagens visuais em diferentes graus ou pedagogias do olhar. Teatro, livro encenado; balões de falas de histórias em quadrinhos; a aproximação com o cinema, através de planos sucessivos que se mostram nas aberturas de página no começo do livro Panela de Arroz.
Depois de empilhar objetos de metal e madeira, justapor cabeça, ombros, membros dos pés e das mãos, fui buscar como vestir Maneco Caneco e trazer para a brincadeira das minhas colagens o Leitão Leitor para fazê-los correr o mundo, assim mesmo de ponta cabeça a fim de mostrar que o mundo continua redondo e as Américas começam por onde melhor nos aprouver.
#luiscamargo
@luiscamargo4793
#manecocanecochapéudefunil
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