peter o.o’sagae
De Friedrich Schiller, A fiança é um poema narrativo de inspiração popular, na forma de uma balada que nos levaria aos tempos de bravos cavaleiros medievais e canções de gesta germânicas; no entanto e ainda que respeitando um ritmo das novelas de aventuras, o poeta buscou a matéria de conteúdo lendário entre reis, deuses e heróis mais antigos, recriando um episódio vivido pelo incauto e jovem grego chamado Dâmon, no século IV a.C. às portas de Dionísio, poderoso tirano de Siracusa, na Sicília.
Dâmon acaba por empenhar a vida de seu amigo Pítias ou Fíntias ao rei inimigo, enquanto retorna a seu país a fim de resolver o casamento de sua irmã. Precisa voltar em três dias, irrevogáveis, senão o amado amigo morrerá em seu lugar... Porém, entraves e desastres, chuva, enchentes, ponte caída, salteadores na estrada, tudo corre contra o herói. Sem jamais desistir, Dâmon tudo vence e tem perdoada a afronta contra Dionísio, salvando assim o jovem amigo.
Esta é uma história sobre uma amizade invencível; a trama, eloquente, envolve ambos os jovens no desafio da lealdade sob toda e qualquer condição, e tem servido de inspiração a muitas outras peças da literatura e do cinema. O poema de Schiller – “Die Bürgschaft”, em língua alemã, foi composto em 1799, traduzido por Juliana P. Perez e conta com os desenhos muito bem humorados, cheios de movimento e detalhes insólitos, da ilustradora franco-alemã Jenny Brosinsky (Berlendis & Vertecchia, 2010).
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