17 de agosto de 2011

Mágico Rilke

peter o.o’sagae



O carrossel, poema de Rainer Maria Rilke, faz girar beleza e cores, entre cavalos, cervos, leões “e vez em quando um elefante branco”, no desenho circular de um tempo mágico e sem fim. É a própria duração de uma volta e mais outra, e outra, adiante e avante, que sempre volta ao mesmo lugar, porém já é um lugar outro porque a imaginação sobe, desce, galopa, galopa com o verde, o vermelho, o gris “e vez em quando um elefante branco”.

Escrito em 1907, o poema “Das Karussell” vem descrever a ventura de quem gira sem ver o tempo passar, entre os sons tipicamente levenslied de um imenso realejo e os sorrisos provocados pelo alegre passeio, revivendo, no entanto, o curioso ponto de vista de quem está fora e vê as crianças passando a brincar... Um sentimento de alegria e saudade evola, renova-se na repetida passagem do elefante branco. Eis o verso-chave, vez em quando como um bordão na busca do começo-recomeço de cada volta... Rilke, um dos mais importantes poetas da língua alemã, nos conduz ao jogo sem idade da poesia e do brincar, nesse livro elegante com ilustrações da francesa Isabel Pin e a tradução de Juliana P. Perez (Berlendis & Vertecchia, 2010).

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