Entre Dezembro e Janeiro, muita coisa acontece: um livro, um encontro, um poema inesperado. Entre ontem e amanhã, tiro um tempo para ler o novo livro de Gloria Kirinus. Ontem ela esteve no Café Colombiano e estará, nesta terça-feira, na Casa Tombada, fazendo uma oficina de escrita e criação poética.
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O recente livro reúne 47 curtos poemas como fotogramas de um tempo que se passa amplamente em vários ritmos e imagens, ambíguas e complementares em seus sentimentos. Ora adivinho objetos de concreto e bibelôs, como na poesia de Maria Dinorah, ora antevejo humor e fugacidade como nos haicais de Millôr Fernandes. Os poemas sempre se iniciam com um pé de cantiga fixo, mostrando-nos este tempo de esperas e construção.
8.
Entre Dezembro
e Janeiro,
De barriga
para as nuvens,
a menina rodopia
estrelas
com o dedo...
Sem saber
que os povos
rodopiam hélices
brincando de guerra.
30.
Entre Dezembro
e Janeiro,
Delicada louça
escorrega na pia
perde asa e cedilha
e de repente
fica louca.
@gloriakirinus
@editorainverso
#dobrasdapoesia
E para quem deseja um pouco mais de Gloria Kirinus: Criança e poesia na pedagogia Freinet (1998) e Synthomas de poesia na infância (2011), publicados pela Editora Paulinas.
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