De Socorro Acioli, A casa dos benjamins, il. Daniel Diaz (Caramelo, 2005).
Fazia muito tempo que Flora tinha vontade de entrar naquela casa amarela, grande e velha. Sem muro algum na frente, só tinha mesmo quatro árvores que pareciam antigas, antiquíssimas, como quatro fortes, valentes e eternas sentinelas. Mas todos diziam que aquela casa guardada pelos enormes benjamins era mal-assombrada. Seria mesmo verdade? Ali, certamente esconde-se um segredo...
Há luz na casa, você pode ver
Cumprimente as árvores, elas vão responder.
E cantando baixinho a melodia que o sonho lhe ensinou, Flora abre a grande porta da casa amarela, entrada para um mundo de memórias que o tempo não apagou. Lá dentro, o cheiro de café fresquinho, de coisa boa assando no forno, e a companhia de uma linda velhinha de vestido azul florido. Quem é ela, quem é ela?
Em clima de suave fantasia, Socorro Acioli conduz a menina e tanto mais os leitores pelos cômodos da casa e pelo quintal da infância da escritora Rachel de Queiroz. Seu texto muito leve traz descrições com pitadas de doçura, assegurando o interesse de quem lê e o flerte com o fantástico, através da narração em primeira pessoa.
Daniel Diaz é o ilustrador. Ele e a escritora Socorro Acioli estiveram na Casa dos Benjamins, diversas vezes. E fotografaram as árvores, o piso, portas e outros detalhes da antiga construção que ainda existem desde o tempo quando Rachel e sua família lá moravam. As ilustrações do livro foram, então, compostas com recortes dessas fotografias, imagens internas e exteriores da casa, mais aplicações de flores rendadas e folhas dos velhos benjamins, que foram plantados pela mãe de Rachel de Queiroz.
Bata na porta, alguém pode atender.
Há uma história para quem quer saber...
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