
Evocando os vendedores ambulantes das feiras e ruas, o longo poema se deixa percorrer por uma melodia de nomes incomuns: pajurá, coité, bilimbi, penão, macaúba, murumuru, grumixama, licuri, camboim, enfim, quase um trava-língua batucado por nosso sotaque tupi.
A todo momento, um nome de fruta estala na boca: cajá-manga, urucaba, tucumã, jaracatiá, monguba... Alguns lembram palavras conhecidas, nome de cidade, bairro, peixe, madeira, praia ou algum ponto turístico. São frutas realmente não muito fáceis de encontrar, pois escondem-se pelas florestas, cerrados, lavrados, veredas, sertões deste país. E, na ginga dos versos, a malícia típica do comerciante popular, através de sua máximas, advertências, facécias e ditos chistosos. Sabecomé, moça bonita não paga, mas também não pega...

Nas ilustrações do livro, desfilam mulatos, frutos de nossa terra, e as paisagens típicas da feira urbana, terreiros, tabas, palafitas, o Corcovado, o caudaloso Amazonas... As imagens foram feitas com um pirógrafo e coloridas com tinta acrílica e anilina diluída em extrato de banana. Bacana!
* Extraído de Dobras da Leitura 37, setembro de 2006.
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