
A relação palavra&imagem subsiste em qualquer gênero da literatura para crianças — e está aí
AMORA, com roteiro de Sonia Junqueira e ilustrações de Flávio Fargas (Positivo, 2009). Além da atribuição unívoca do nome ao personagem estampado na capa, medalhinha no pescoço com a letra A, outro elemento para-textual que é a dedicatória alerta o leitor para o fato de Amora ser uma cadelinha vira-lata. Sapeca e atrevida, ela tem sempre na boca um irresistível pedaço de pano, a barra da calça, o cabo da tomada elétrica, um cinto, uma mochila, um etc. e tal de coisas que pode morder e puxar adiante. E não adianta dar bronca, nem levar Amora para passear na coleira... Essa apresentação da personagem vai até a metade do livro! A narrativa mesmo começa na página 14, quando, um dia, Amora encontra e tira da boca do bueiro uma boneca de pano. Flávio Fargas utilizou alguns sinais gráficos de movimento e molduras da HQ para caracterizar as repetidas ações e mise-en-scène da Amora pretinha.

Elementos da linguagem dos quadrinhos também se fazem presentes na proposição de Rogério Coelho,
O GATO E A ÁRVORE (Positivo, 2009), um livro de imagem que mostra a amizade entre um gato e um corvo cantante. Eles plantam e cuidam de uma árvore, por muitos dias, por muito tempo, até surgir alta e frondosa... A narrativa visual cede lugar ao caráter descritivo das imagens sobre o crescimento da árvore e as mudanças climáticas.
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É o desejo de ouvir mais de perto o pássaro cantar que movimenta o livro de imagem narrativo
ARAPUCA, de Daniel Cabral (Positivo, 2009). Em uma remissão ao velho conto de Andersen, o autor transforma o filho de um catador de papel no imperador de seu próprio quarto, enfeitando suas paredes com tudo o que encontra e lhe agrada entre revistas, cartazes e papelões descartados pela sociedade.
É bom ver os livros de imagens ganhando espaços como este. Parabéns pelo belo trabalho!
ResponderExcluirAbraço
Linda essa ilustração! Vontade de mergulhar também!
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