16 de novembro de 2010

animais de um arquipélago distante

Dobras da Leitura 57


JAPONESINHOS, de Lalau com ilustrações de Laurabeatriz (Peirópolis, 2008)

Afetivos, de cara rosada, os macacos do Japão fazem guerra de bolas de neve, enquanto Lalau e Laurabeatriz por lá imaginativamente também se divertem: ele fazendo versos, ela retratando os onze japonesinhos reunidos neste livro oportunamente lançado em 2008, Ano do Centenário da Imigração.


Do lendário grou de crista vermelha, resta uma dança e um reflexo no espelho de gelo. Da igualmente simbólica raposa, a infalível destreza e o pelo “lindo e macio/ igual manto de princesa”. De fato, tão constantes nos contos tradicionais do Japão, esses dois animais enriquecem o imaginário de muitas histórias de caráter mágico e sobrenatural — mas, Lalau deu preferência às peculiaridades biológicas de cada espécie, por exemplo, ao descrever a “doce pintura” do corpo da saracura de Okinawa, o dorso de carvão e barriga de aldogão da Toninha-de-dall, a máscara facial do cachorro do mato ou cachorro racoon.

As pinturas de Laurabeatriz são imagens enciclopédicas, pois apresentam e informam as características dos animais com muita clareza nos traços e definição na paleta de cores. Porém, todo esse clima zoológico, não impede algumas criações ficcionais nos poemas, como a sala de aula da salamandra-gigante, a invenção do esquilo voador na fábrica de bichos dos anjos, a matemática repetitiva dos coelhos de Amami, a etiologia do urso negro tibetano com uma lua gravada no peito...

Ah, claro: entre esses japonesinhos, não podiam faltar as carpas!

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