Sei por ouvir contar o que um passarinho cantou: essa é a estratégia de duas obras da literatura infantil brasileira, em dois tempos tuitadamente diferentes.
Ao som do mar e à luz da reaberutra política do país, Ana Maria Machado fez canto e contracanto num reino-maravilha, onde o rei não enxergava os reais problemas da terra, perdido em meio a exuberâncias da natureza e a crença de viver num paraíso... Passarinho me contou (Nova Fronteira, 1983), agora com ilustrações de Lúcia Brandão (Global, 2009), faz chegar àquele reino um João e Maria retirantes que muito viram e muito tinham o que contar ao rei dos problemas da gente! Espinhos arranhando, panela e barriga vazia, peixes morrendo de sede, patrão mandando embora, e grande fome, fome e fome... Ora, o que um passarinho contou é coisa com que ninguém quer se comprometer — ou dizer quem contou... Será, então, fofoca?
Xô, xô, passarinho, voa e me leva embora, para uma década mais lúdica, para os poemas de José Paulo Paes: Um passarinho me contou, ilustrado por Kiko Farkas (Ática, 1996), ponte para outro tipo de identificação, para quem não quer apenas ouvir, mas tudo, na palavra, ver, rever e divertir-se: “eu vi um nó cego / andando de bengala / e vi uma andorinha / arrumando a mala”.
Peter, boa leitura do que contam os passarinhos...
ResponderExcluirbjs Carla
Passarinhos contam boas histórias mesmo...Quem tiver curiosidade de conhecer um passarinho que faz alongamento, visite o meu blog, tem uma historinha muito especial...
ResponderExcluirwww.adrianayazbek.blogspot.com
Bjs