
O texto brinca com expressivas metáforas e antíteses que estabelecem um lúdico trânsito de significados, enquanto um inteligente projeto gráfico dispõe suas rimas a cada quatro páginas. Vale a pena conferir como são construídas curiosas relações, numa sequência como esta:
pai guindaste / pai trator
pai sofá / pai motor
pai sofá / pai motor
É pois, a partir de ideias aparentemente disparatadas, que o leitor descortina um jogo afetivo igualmente encenado pelas ilustrações esquemáticas, em cores chapadas, tornando semelhantes pai e filho em suas silhuetas. Nesse brincar, temos poesia que se manifesta em diferentes níveis: da palavra à imagem ilustrada e desta para a imagem evocada pela palavra, uma obra para leitores de qualquer idade com mente produtiva e criadora.


P.S. Num lance só, entrando ou saindo pelas páginas de guarda, a lembrança sem esforço das palavras de Wordsworth, o poeta pescado por Brás Cubas, entre magnólias e gatos ;-) uma ideia entrevista, imagens que se fazem diagramar tal como “o menino é o pai do homem”.
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