Três livros de contar, por Peter O.O’Sagae
De penugem amarela, vieram passear os DEZ PATINHOS, de Graça Lima (Companhia das Letrinhas, 2010). O texto bem enxuto, resgatando a tradição das mnemonias, respeita integralmente o nível de leitura da criança que ainda não conhece todos os números. Saindo da lagoa, um patinho resolveu secar-se ao sol, outro pisou num chiclete, um caiu para fora do balanço, mais outro viu algo se mexer no mato... E vão, vão, vão ouvindo mugido de bois, dois patinhos palavra e imagem no lombo de um cavalo tentando voar: “As asas fizeram zunzum./ O primeiro conseguiu,/ deixando só um.” Todos, de volta ao ninho, encontram lá um novo vizinho...
Ana Terra também vem contar e ensinar os números com 1 tesoura, muito papel colorido, bom humor, 30ml de cola, palavras e lápis de cor... E O DENTE AINDA DOÍA (DCL, 2012) tem texto meu na quarta capa ;-)
“Jacaré gosta de tomar banho de sol, folgado e largado. Mas não conseguia descansar com uma tremenda dor de dente que lhe deu... Ah, coitado do jacaré! Vieram coelhos, sapos, ratos, tatus, toupeiras, patinhos e outros bichos para ajudar... Mas, e o dente? Ainda doía! Descubra como essa história vai acabar, com este livro que Ana Terra escreveu e ilustrou, especialmente para os pequenos leitores, brincando com os números, em ritmo de lengalenga e bastante diversão!”
Nem sei quem faz mais estripulias... Se é Caio Riter, o ilustrador Laurent Cardon ou Barnabé, o jacaré que chegou para perturbar SETE PATINHOS NA LAGOA (Biruta, 2013). Distanciando-se das estruturas orais de contar e cantar os números, uma narrativa em versos aqui se rende à palavra escrita, no meio de estranhas anástrofes, para fechar algumas rimas.
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