O’ABRE ASPAS para Adélia Prado
O narrador de Adélia Prado diz que lembrança não faz fila. O narrador de Adélia é Carmela Letícia, mas tão poucas vezes ela fazia conta que tinha nome duplo. Carmela gostava do cheiro de banana madura e ponta fresca de lápis que a escola tinha. Numa visão de doçuras sobre os livros que as meninas liam, em 1942, 1945...
“O livro mais lindo que li no Grupo foi As Reinações de Narizinho, do Monteiro Lobato, que é um nome bom de falar e ninguém esquece, nem dele, nem das estórias que inventou. Ah, apareceu também por lá um livro ótimo que se chamava – que bobagem: que se chamava não, que se chama até hoje Coração. Desconfiei que ‘coração’ significava outra coisa e não era sobre coração, este que dispara quando a gente corre. Mas não sabia como perguntar sobre este problema, não achava as palavras e falei assim para Dona Nadir, professora do quarto ano: Donadir, esse coração do livro é coração, coração mesmo, ou coração outra coisa?” (Adélia Prado) CARMELA VAI À ESCOLA, 2011.
Olhai os lírios da lembrança e das imagens de Elisabeth Teixeira, Prêmio Jabuti 2012 (Melhor Ilustração) ao lado de Marilda Castanha e Lúcia Hiratsuka.
O.O ilustrações do livro [veja+aqui]
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