16 de novembro de 2010

azul de lalau e laurabeatriz

por Peter O'Sagae


Embora Lalau faça versos programáticos, isto é, escreva muitas vezes impulsionado por uma temática a dar unidade a novo livro, os poemas que o poeta encontra quase sempre terminam felizes nas rimas, no balanço ou em algum tipo de disparate. Há muitos anos, o autor tem celebrado a fauna brasileira em versos de toda métrica, inventando uma dicção infantil* no sentido de ‘surpreendente’, ao promover associações curiosas que, se não explicam hábitos, nem descrevem tudim dos animais, deixa-os caprichosamente animados.


Creio mesmo que — feito um álbum de figuras e imagiário, o tom um pouco mais enciclopédico permaneça nas pinceladas de Laurabeatriz. Certo tratamento realístico, no entanto, permite que a imaginação do leitor mergulhe seu tanto-mais-mais para a poesia, junto das espécies presentes no livro BELEZURA MARINHA (Peirópolis, 2010).


Entre tartarugas e baleias, passeiam também diferentes espécies de poesia. Escolhemos destacar o cardápio do leão-marinho-do-sul na forma de semanário; uma lírica que faz lembrar acalanto — ora, ora vale esticar o ouvido nessa estrofe: “o boto adora / o mar, / como a onda / adora o rochedo, / e a criança, / seu brinquedo”; mas, de toda a coletânea, o poema mais surpreendente* no sentido de 'agradavelmente infantil', talvez seja o mote do aniversário da baleia-jubarte.

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