Um conto de Kenji Miyazawa, Sero Hiki no Goshu — O violoncelista, com tradução e ilustrações de Lúcia Hiratsuka (Edições SM, 2009). O jovem Goshu participava da orquestra do cinema. Sim, as antigas projeções de filmes mudos eram acompanhadas por música ao vivo! E era preciso ensaiar muito ou, pelo menos, o suficiente para não chamar a atenção demais do maestro. Goshu tocava violoncelo, “mas sua reputação não era das melhores. Não, não era. Diziam que, entre os colegas, era o que pior tocava...” Sempre atrasava a entrada. Ou atravessava o andamento. O que ele poderia fazer se muito brevemente aconteceria o festival de música da cidade e o maestro já estava às turras com ele e o velho violoncelo?
Noite, noite, noite, na pobre cabana de um moinho construído à beira do rio, onde morava, o impaciente Goshu recebe estranhos visitantes:
Kenji Miyazawa possui “um olhar intenso para os seres solitários” e seus processos íntimos de aprendizagem, mesclando uma pitada de magia a toda necessidade. Assim, cada pequeno animal vai trazendo ao jovem Goshu uma tarefa aparentemente irritante e sem propósitos que, no entanto, é uma oportunidade excelente de afinar e sintonizar o que há de melhor dentro de si. É preciso dar o máximo, aprender e sonhar!
Sforzando, aprendendo a sonhar...
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