No pavilhão do palácio, no entanto, está um jovem estrangeiro que decifra as três perguntas-desafios: Qual é o fantasma que renasce a cada noite, morre ao alvorecer para continuar vivendo no coração do homem? Arde como a chama da febre e se resfria na morte, queima quando sonha com a vitória e seu brilho parece com a luz do sol que se deita? Qual o gelo que te inflama e se torna por isso mais frio, queimando-te? É ele o Príncipe da Tartária que, sequente, propõe à Turandot descobrir o nome que ele guarda em segredo... Por toda a noite, ninguém poderá dormir, enquanto o enigma do forasteiro não for descoberto. Esta é a ordem! Na ópera de Puccini, o estrangeiro canta a famosa ária “Nessun dorma” (e deixo aqui os enigmas para você resolver).
Na Península Ibérica, muitos conheceram a ventura da Donzela Teodora. De Portugal ao Brasil, num salto só, ela estará estampada em cordel com sua imbatível sabedoria. Fios que se cruzam, a teia é imensa 'té parece não ter fim, pois tem até santa nessa sanha: Catarina de Alexandria, mártir que viveu em meados do Século IV e é venerada no dia 25 de novembro como padroeira dos estudos. Sua identidade, muitas vezes, se confunde com a famosa matemática, astrônoma e filósofa Hipásia que viveu entre os anos 355 e 415 da Era Cristã. Qual seja! Diz a lenda que uma jovem de grande beleza e conhecimento enfrentou os magistrados da imemorial Biblioteca, venceu o debate e converteu todos ao Cristianismo nascente... Ora, nem sempre a virtuosa de Alexandria teve o mesmo nome: nascera Dorotéia e, com as águas do batismo, tornou-se Catarina. Nomes aí que configuram um anagrama, Teodora e Dorotéia significam igualmente ‘dádiva divina, pequena deusa, jovem de Deus’.
Nenhum comentário:
Postar um comentário