Peter O'Sagae
Uma das imagens literárias mais cálidas e recorrentes, na voz dos poetas, é a lua. Também toda mãe e pai atento, ’vó coruja ou professora orgulhosa certamente têm na lembrança uma coleção de frases, analogias, análises e olhares infantis sobre o satélite móvel. É realmente um dos primeiros mistérios que interessa às crianças – nem todas, é verdade, mas àquelas que nascem com instinto de investigação. Afinal, como pode algo sempre no alto modificando sua forma, cor e localização? Por que a Lua exige que a gente se veja toda noite a procurá-la?
O que acontece quando ela desaparece?
I
Maria Amália Camargo que tem mania de mexer com as palavras, encontrou explicações que nenhum cientista concordaria... e descobriu como se deu o primeiro eclipse lunar! Imagine que a Lua andava cheia da vida e suas tarefas. Olhava o rosto no espelho das águas, via-se cansada, inchada, a pele inteira esburacada e, então, decidiu sair de férias. Só não pense que foi coisa fácil, as estrelas armaram uma grande confusão! Tudo isso se conta em tom de comédia no livro QUANDO A LUA TOMOU CHÁ DE SUMIÇO, ilustrado com caras e bocas, sorrisos e uma tonelada de piscas-piscas por May Shuravel (Caramelo, 2013).
II
A autora belga Anne Herbauts sonha um percurso ilustrado com imagens do cotidiano. Porque dorme durante o dia, a velha Lua quando acorda, acaricia o gato, desenha milhares de estrelas nas paredes do céu e sai para fazer a ronda: recolhe névoas, leva os ruídos para longe, cerra cortinas e janelas... Ah, sim! Semeia sonhos e varre os pesadelos embora – até que seja hora de regar o amanhecer de orvalho. QUE FAZ A LUA À NOITE? é um livro faceiro e bucólico representando uma lógica de ações bastante linear para crianças pequenas – e sonhadores de qualquer idade (DCL, 2013).
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