E ela ia mesmo: pra baixo, pra cima. Ia pro deserto, pro polo sul. Enquanto o rebanho seguia com um sorriso de aceitação e as pestanas fechadas, Maria surge na ilustração de olhos abertos, insatisfeita, constrangida, mesmo assim Maria ia sempre com as outras... No meio da alvura azulada de suas irmãs, Maria era bem parecida com a maioria. Porém, sofria, como sofria. Pegava gripe e insolação.
Até que foram todas comer jiló (e Maria detestava jiló), mas como as outras ovelhas comiam, Maria comia também. Ora, é neste instante que o narrador se manifesta com uma simples e enfática exclamação: “Que horror!” E Maria pensa pela primeira vez. Pensa em si. Bastou? Que nada, Maria continuou seguindo o rebanho... E vão as ovelhas parar no alto do morro do Corcovado e, fofinhas e faceiras, vão saltando pra lagoa abaixo, muito abaixo. Conseguiram? Que nada! E Maria?
Sylvia Orthof dá um desfecho simples à história com seu recado inteligente, leve, gracejando com os leitores, com as ovelhas e com o narrador. Agora, méée, leia você este livro e descubra como caminhar por onde manda o seu pé!
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As crianças amam essa historia e entendem muito bem o recado!!! Adorei vê-la por aqui!
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