6 de maio de 2010

Histórias na areia



Vitrine Express, por Peter O’Sagae



A MENINA E O MAR, de Marta Lagarta e Elma (Salesiana, 2007), 2.ed. ilustrada por Andréia Vieira (Edebê, 2014). Toda tarde brincando, correndo leve e escrevendo na areia: entrar na água Mariana não vai, não. Nem para molhar a pontinha do pé! A avó bem que insistia, mas a menina inventava, a cada dia, a cada convite, uma desculpa — água gelada me deixa gripada, água quente me dá dor de dente... Estou cheia de areia, não quero sujar o mar. Apenas o carinho, tão sempre paciente, vai levando de mansinho Mariana ao mar e o medo todo para sempre embora, num ritmo muito meigo do texto e das ilustrações em ondas e marolas.


UM MAR DE GENTE, de Ninfa Parreiras e Suppa (Girafinha, 2008, 2.ed. 2014). Na primeira vez que foi à praia, a imensidão movimentou os pensamentos da menina. Onde está o fim do mar? E o que há de existir depois do fim? Ela pensava segredos e pensava sem-fim nas coisas que ali conhecia: o espelho das águas, o cheiro da maresia, as formas na areia, pessoas tão diferentes entrando e saindo do mar! Num vai-e-vem de ondas, o texto descreve impressões e mergulha o leitor em pensamentos atentos; a ilustração banha-se de sol e do silêncio das imagens para olhar e fazer passar um mar de gente.


DA MINHA PRAIA ATÉ O JAPÃO, de Márcio Vassallo e Bebel Callage (Global, 2010). O pai do menino cavava um buraco na praia para chegar ao outro lado do mundo, também inventava tantas outras aventuras. O menino na areia e no mar invadia histórias heróicas, em navios que desbravam distâncias sem sair do lugar, atrás de tesouros em pinças de caranguejo, aprendendo a ver as horas pelo relógio do sol... Cavando a memória em tom de crônica, o escritor encontra ainda hoje a convivência profunda nos olhos de seu pai.

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