peter o.o sagae
Ana Maria Machado estava a contar... Um elfo que não era apenas ares e asas, mas possuía toda a curiosidade sobre as pedras preciosas que pudesse encontrar. Uma libélula contou a ele dos restos de um barco náufrago na areia: quais tesouros poderia lá encontrar?
Encontrou uma caixinha de madrepérola e coral e dentro dela... Uma sereia a cantar e a chorar a sorte como um peixe fora da água. “Por favor” a sereia sussurrou, “ponha-me de volta no mar antes que outro sol nasça.” Mas o elfo já não podia, sereias têm encantos.
“Você é a joia mais rara e preciosa que já vi, o tesouro mais brilhante que já piscou para mim, e canta a canção mais suave que já visitou meus ouvidos.”
A frase flutua, entre ondas de páginas e luas do livro O elfo e a sereia (1982), em sua quinta edição com imagens sopradas por Elma (Global, 2010), para a epígrafe que Adriana Lisboa escolheu para A sereia e o caçador de borboletas, com ilustrações de Rui de Oliveira (Rocco, 2009).
Adriana (de Lisboa?) veio contar de uma embarcação que, há trezentos anos, deixou o porto ao norte de Portugal. Entre os tesouros que transportava, o mais valioso era a esperança de voltar à casa, às areias, aos braços das mulheres... No entanto, um boato incomodava os marinheiros com a velocidade do silêncio. Eles só conseguiriam regressar, quando dois mundos encontrassem...
Como peixe e pássaro, finas escamas e leves penas, as asas do azar, outra vez, sobrevoam as lendas inventadas pela literatura para crianças.
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